PACHECO, Edil (Edmilson de Jesus Pacheco)
Compositor e cantor, nasceu no dia 1º de junho do ano de 1945 na cidade de
Maragogipe-BA, situada na zona do Recôncavo.
Menino de família humilde teve uma infância como toda criança de interior. A música que ouvia vinha dos
serviços de auto-falantes e do rádio, no caso a Rádio Nacional, onde os
astros eram Luiz Gonzaga, Luis Vieira, Carmélia Alves, Ciro Monteiro, Jorge
Veiga e outros.
O primeiro violão foi um presente de um amigo de infância, o
José Lessa, que lhe ofereceu um que estava em péssimas condições.
Providenciado o conserto do instrumento, o menino Edil, ainda adolescente,
começou, então, a aprender um pouco os primeiros acordes. A sua mãe vivia
dizendo que ele não iria conseguir aprender a tocar.
Aos 18 anos passa a residir na cidade do Salvador para trabalhar e estudar.
Depois de algum tempo foi trabalhar na Padaria Moderna, situada no histórico
Largo 2 de Julho.
Antes da profissionalização na música trabalhou num banco
e numa empresa de transportes.
Como já executava o violão de forma bastante
razoável, começa a se enturmar com o pessoal que fazia e gostava de música,
de boemia.
Era o ano de 1963, e entre os novos amigos do Grupo Função,
conhece pessoas do mundo da música popular de Salvador, entre elas, Moraes
Moreira, Luis Galvão, Ederaldo Gentil, Tião Motorista, a Cantora Celeste, o
poeta Cid Seixas e o compositor e cantor, Oscar da Penha, o Batatinha seu
primeiro grande incentivador, responsável por sua transformação em músico
profissional. Em 1965 (67), participou como músico acompanhante de violão de
um show intitulado "Eu Sou, Tu És, Nós Somos: Gente", produzido e dirigido
pelo colunista do jornal A TARDE, Vieira Neto.
Nessa oportunidade, convidado
por Batatinha, ele comporia duas músicas "Protetor do Samba" e "Experiência
Própria", que acabaram entrando nesse show. Após essa iniciação como
compositor, desperta, então, a sua vocação pelo trabalho de elaborar
canções.
A partir do ano de 1965, vai morar num pensionato na Palma, onde seria
colega de quarto do jornalista, Fernando Vita, do Jornal da Bahia, que se
torna o seu maior incentivador quanto às suas canções.
Com o estímulo do
Fernando Vita, em 1969, a cantora Eliana Pittman, é a primeira a gravar as
suas músicas "Fim de Tarde", com Luiz Galvão (depois Novos Baianos) e
"Passatempo" (c/ Batatinha e o poeta Cid Seixas), sendo que esta última
canção seria censurada pelo regime militar.
Em 1970, o cantor, Jair
Rodrigues, em visita a Salvador, conhece o seu trabalho e grava "Alo
Madrugada", parceria com Ederaldo Gentil, sendo este o seu primeiro grande
sucesso nacional o que lhe abre as portas nas gravadoras do Sul.
De tanto freqüentar o programa semanal Improviso que acontecia no Teatro
Vila Velha, é convidado a musicar uma canção para a peça "A Morte de Quincas
Berro D'Água", sobre a obra de Jorge Amado, dirigida e adaptada por João
Augusto e produzida por Roberto Santana.
Desse trabalho é gravado um
compacto duplo, que trazia cinco músicas, onde Edil participa, pela primeira
vez, como cantor, interpretando uma faixa de sua autoria. As outras
composições da peça eram de Dorival Caymmi, Gereba e Fernando Lona.
No mês de julho do ano de 1975, juntamente com os companheiros Batatinha e
Ederaldo Gentil, realizou um show de grande sucesso, O Samba Nasceu na
Bahia, apresentado no teatro SENAC, no histórico bairro do Pelourinho.
O primeiro disco solo do Edil foi um LP, em 1977, pela gravadora Polygram,
cujo título era "Pedras Afiadas".
Em 1984 veio o segundo LP pela Polygram,
"Estamos Aí". Em 1988, ainda como contratado da Polygram, em parceria
exclusiva com o poeta Paulo César Pinheiro, lança um trabalho em disco
intitulado "Afros e Afoxés da Bahia", uma homenagem a todos os blocos afros
e afoxés da Bahia. Esse disco, inclusive, ganharia alguns prêmios.
Na seqüência outros cantores, de grande expressão nacional, registrariam
suas mais de 250 composições.
A lista é enorme, além dos já citados,
encontram-se Wilson Simonal, Luís Vieira, João Nogueira (De Amor é Bom, Se
Segura Segurança), Gilberto Gil (Ojuabá). Gal Costa (Estamos Aí), Alcione
(Araketu, Luandê, Lua Menina), Fafá de Belém (Siriê), Clara Nunes (Ijexá),
Margareth Menezes, Luís Caldas, Lazzo, Agepe (Ilê Aiyê, Forró em Cachoeira),
Baby do Brasil, Ederaldo Gentil, Beth Carvalho (Encanto do Gantois), Moraes
Moreira, Elza Soares, o Trio Elétrico Dodo e Osmar, Virgínia Rodrigues e
outros.
A lista dos seus parceiros musicais também é razoável, além de Paulinhp
Diniz, com quem fez a maioria de suas parcerias, Batatinha, Cid Seixas,
Ederaldo Gentil e Paulo César Pinheiro, citados anteriormente, encontram-se
outros grandes nomes como, Moraes Moreira, Carlos Capinam, Luís Melodia, Béu
Machado, Jairo Simões, Ildásio Tavares, Cardan Dantas.
Além de cantor e compositor, o Edil Pacheco, tem promovido trabalhos de
pesquisa e produção musical.
Foi o responsável pela homenagem ao seu grande
amigo Ederaldo Gentil, outro velho companheiro da resistência do samba
baiano, afastado dos palcos por problemas de saúde. Essa homenagem se deu
através do CD "Ederaldo Gentil - Pérolas Finas", que contou com a
participação de grandes intérpretes, como Gilberto Gil, Beth Carvalho, Jair
Rodrigues, Luis Melodia, Jussara Silveira, Elza Soares, Paulinho Boca de
Cantor e outros.
Desde 1987, tem sido o principal responsável pela
comemoração anual do Dia do Samba na Bahia, que já recebeu quase todos os
artistas brasileiros ligados ao samba.
No carnaval da Bahia, vem
desenvolvendo um projeto de levar o samba tradicional, utilizando-se do
recurso tecnológico do trio elétrico, invenção dos baianos Dodô e Osmar.
Está atualmente (Julho de 2000) desenvolvendo tres projetos: um é o show, "O
Samba Nasceu na Bahia", baseado no espetáculo homônimo apresentado na década
de 70, no teatro do Senac (Pelourinho) e que deverá redundar também em um
CD.
Um outro trabalho é o seu novo disco individual intitulado "O Samba Me
Pegou", ("Nesse CD, o samba da Bahia, traduzido em canções inéditas de Edil,
será mostrado em suas diversas vertentes, desde o samba de roda do recôncavo
até o samba rasgado, passando pelo samba canção de harmonias sofisticadas"-
In. No encarte do projeto do disco).
O terceiro projeto, em andamento, será um CD duplo "100 Anos de Música Baiana - Do Lundu ao Axé", trabalho de
produção e pesquisa, em parceria com o Paulinho Boca de Cantor Esse CD
contará a história musical do da Bahia, começando com o cantor do séc. XIX,
Xisto Bahia, passando por Dorival Caymmi, Assis Valente, Gordurinha,
Batatinha, Caetano Veloso até a Timbalada de Carlinhos Brown.
O disco terá a participação de quase todos os artistas baianos em atuação afinados com esse projeto.
segunda-feira, 2 de outubro de 2017
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