domingo, 24 de setembro de 2017

Samba-de-breque

Samba-de-breque é o nome de um sub-gênero musical derivado do samba.
A principal característica do estilo é a pausa no acompanhamento acentuadamente sincopado para uma intervenção declamatória do intérprete. Estas paradas bruscas são chamadas breques, designação abrasileirada do inglês break, ou seja, para os freios de automóveis. Os "breques" são frases apenas faladas que conferem graça e malandragem. Segundo o crítico musical Tárik de Souza, o samba-de-breque é uma variante do picote rítmico do samba-choro.

O compositor Sinhô inseriu três redondilhas menores constituindo um verso de quinze sílabas em "Cansei", de 1929: ("`Pois lá ouvi de Deus/ A sua voz dizer/ Que eu não vim ao mundo/ Somente com o fito de eterno sofrer"). A canção seria interpretada por Mário Reis.
Em 1933, foram gravadas duas outras canções que tinham "freiadas". "Minha Palhoça" (de J. Cascata): "Lá tem troça/ Se faz bossa"; e "O Orvalho Vem Caindo" (de Noel Rosa e Kid Pepe): "...guarda civil/ Que o salário ainda não viu". Este efeito inspiraria os sambas mais sincopados de Geraldo Pereira.

O cantor Luiz Barbosa foi o primeiro a trabalhar com o samba-de-breque. Notabilizado como intérprete de samba-canção, o músico macaense ficou também conhecido por marcar o ritmo batucando em um chapéu de palha, que introduzia o intervalo que caracterizaria o samba-de-breque. Como por exemplo, em "Rosalina", (de Haroldo Lobo e Wilson Batista).Quem de fato popularizou e consagrou o estilo foi o cantor carioca Moreira da Silva.
 No final da década de 1930, Moreira foi cantar o samba "Jogo Proibido", de Tancredo Silva, Davi Silva e Ribeiro da Cunha, no Cine-Teatro Meier.
 Durante a apresentação, o sambista inseriu versos improvisados nos intervalos, e a iniciativa fez sucesso.
Moreira foi aperfeiçoando o estilo com o passar do tempo. O intérprete carioca marcou de vez o estilo ao introduzir um discurso em "Na Subida do Morro"(composta pelo próprio Moreira da Silva e por R.Cunha), e interpretar personagens nos enredos de seus sambas de breque, como o "Kid Morengueira", presente no enorme sucesso "O Rei do Gatilho" (de Miguel Gustavo).

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