Oscar da Penha (Salvador, 5 de agosto de 1924 — Salvador, 3 de janeiro de 1997), mais conhecido como Batatinha, foi um cantor e compositor brasileiro.
Considerado um dos maiores nomes do samba baiano, começou a trabalhar
cedo, aos 10 anos, como marceneiro em Salvador, sua cidade. Começou a
compor e a cantar quando ouviu pela primeira vez um samba do compositor
carioca Vassourinha.
No meio da década de 40, trabalhou como office-boy do Diário de
Notícias, órgão dos Diários Associados, apadrinhado por Antônio Maria,
que na época dirigia as Emissoras Associadas em Salvador, gravou suas
primeiras composições na Rádio Sociedade da Bahia. Nessa época,
Batatinha procurou-o e apresentou-lhe seu primeiro samba, intitulado
"Inventor do trabalho". Conhecido como Vassourinha, devido à influência
do sambista carioca, dizia para todos que suas canções eram feitas por
outros compositores, na esperança de que o seu trabalho como intérprete
fosse mais valorizado. A artimanha acabou não dando muito certo, mas foi
o suficiente para encantar Antônio Maria, que lhe deu o apelido que
acabaria o acompanhando pelo resto de sua carreira – “Batata”, na gíria
da época, era o nome dado para gente boa.
Estudou música com o maestro Santo Amaro de 1946 a 1947, mas gostava
de batucar em caixa de fósforos, que usava também para compor.
Precisou o sambista Jamelão gravar uma de suas canções, “Jajá da
Gamboa”, em 1960, para o seu trabalho começar a ser ouvido com mais
atenção. Uma jovem cantora, ex-meia esquerda do time de Santo Amaro,
chamada Maria Bethânia, tornou-se uma de suas primeiras fãs, incluindo
algumas de suas músicas em seu show de estréia em Salvador, em 1961.
Bethânia acabou sendo a grande intérprete de sua obra – gravou
“Diplomacia” (com J. Luna, incluída no repertório do lendário show
“Opinião”, em 1965), “Só Eu Sei”(com J. Luna), “Toalha da Saudade”,
“Imitação” e “Hora da Razão”, as duas últimas interpretadas em outro
grande espetáculo da cantora, “Rosa dos Ventos”, de 1971. Tendo filhos
(foram nove ao todo) no mesmo ritmo em que compunha, teve de ser virar
para manter a família – trabalhava de dia como funcionário público na
Imprensa Oficial e à noite como tipógrafo no Diário de Notícias. Cercado
de admiradores, foi homenageado por Paulinho da Viola, que compôs para
ele “Ministro do Samba”, em 1973. Em 1996, os compositores baianos
Paquito e J. Velloso (sobrinho de Caetano e Bethânia), depois de longos
encontros com o sambista, começaram a organizar um disco em sua
homenagem, que acabou sendo lançado um ano depois de sua morte, em 1997.
Batizado de “Diplomacia”, o CD reuniu 17 canções interpretadas pelo
compositor e convidados, como Gilberto Gil, Chico Buarque, Caetano
Veloso e Maria Bethânia.
Aposentou-se pelo Diário de Notícias e morreu aos 72 anos, após gravar o último disco.
O compositor e amigo Riachão, assim o definiu: "Uma cabeça cheia de cabelos brancos e cada fio uma nota musical".
domingo, 17 de setembro de 2017
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