domingo, 17 de setembro de 2017

Batatinha

Oscar da Penha (Salvador, 5 de agosto de 1924 — Salvador, 3 de janeiro de 1997), mais conhecido como Batatinha, foi um cantor e compositor brasileiro.
Considerado um dos maiores nomes do samba baiano, começou a trabalhar cedo, aos 10 anos, como marceneiro em Salvador, sua cidade. Começou a compor e a cantar quando ouviu pela primeira vez um samba do compositor carioca Vassourinha.
No meio da década de 40, trabalhou como office-boy do Diário de Notícias, órgão dos Diários Associados, apadrinhado por Antônio Maria, que na época dirigia as Emissoras Associadas em Salvador, gravou suas primeiras composições na Rádio Sociedade da Bahia. Nessa época, Batatinha procurou-o e apresentou-lhe seu primeiro samba, intitulado "Inventor do trabalho". Conhecido como Vassourinha, devido à influência do sambista carioca, dizia para todos que suas canções eram feitas por outros compositores, na esperança de que o seu trabalho como intérprete fosse mais valorizado. A artimanha acabou não dando muito certo, mas foi o suficiente para encantar Antônio Maria, que lhe deu o apelido que acabaria o acompanhando pelo resto de sua carreira – “Batata”, na gíria da época, era o nome dado para gente boa.
Estudou música com o maestro Santo Amaro de 1946 a 1947, mas gostava de batucar em caixa de fósforos, que usava também para compor.
Precisou o sambista Jamelão gravar uma de suas canções, “Jajá da Gamboa”, em 1960, para o seu trabalho começar a ser ouvido com mais atenção. Uma jovem cantora, ex-meia esquerda do time de Santo Amaro, chamada Maria Bethânia, tornou-se uma de suas primeiras fãs, incluindo algumas de suas músicas em seu show de estréia em Salvador, em 1961. Bethânia acabou sendo a grande intérprete de sua obra – gravou “Diplomacia” (com J. Luna, incluída no repertório do lendário show “Opinião”, em 1965), “Só Eu Sei”(com J. Luna), “Toalha da Saudade”, “Imitação” e “Hora da Razão”, as duas últimas interpretadas em outro grande espetáculo da cantora, “Rosa dos Ventos”, de 1971. Tendo filhos (foram nove ao todo) no mesmo ritmo em que compunha, teve de ser virar para manter a família – trabalhava de dia como funcionário público na Imprensa Oficial e à noite como tipógrafo no Diário de Notícias. Cercado de admiradores, foi homenageado por Paulinho da Viola, que compôs para ele “Ministro do Samba”, em 1973. Em 1996, os compositores baianos Paquito e J. Velloso (sobrinho de Caetano e Bethânia), depois de longos encontros com o sambista, começaram a organizar um disco em sua homenagem, que acabou sendo lançado um ano depois de sua morte, em 1997. Batizado de “Diplomacia”, o CD reuniu 17 canções interpretadas pelo compositor e convidados, como Gilberto Gil, Chico Buarque, Caetano Veloso e Maria Bethânia.
Aposentou-se pelo Diário de Notícias e morreu aos 72 anos, após gravar o último disco.
O compositor e amigo Riachão, assim o definiu: "Uma cabeça cheia de cabelos brancos e cada fio uma nota musical".

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