segunda-feira, 9 de outubro de 2017
Moacyr Luz
Moacyr Luz Silva nasceu no Rio de Janeiro em 5 de abril de 1958. Passou a infância ouvindo o clarinete tocado pelo avô, músico da banda do corpo de bombeiros. Perdeu o pai aos 15 anos e costumava tocar violão para matar a saudade. Ainda jovem, se encantou com o samba, ao ouvir os primeiros acordes bem tocados de um violão. Percebeu que esse seria seu ofício. O violonista e guitarrista Hélio Delmiro, de quem sofreu grande influência, foi seu primeiro parceiro de cordas e sua principal influência no início de sua formação musical.
Moacyr desejava apenas ser um bom instrumentista, mas aos poucos foi se percebendo também como compositor e cantor. Com Aldir Blanc, parceiro de longa data, ele divide a autoria de centenas de composições.
Tudo começou em 84, com “A Tua Sombra”, faixa do disco de estréia, e seguiu com a música que virou hit de novela “Mico Preto” e muitas outras composições que já estão imortalizadas.
– Moro no prédio do Aldir há 20 anos. Somos daqueles amigos que vão na casa do outro quando acaba o açúcar. Nossas músicas falam do cotidiano, são diferentes das que ele compôs com outros parceiros. Conseguimos criar uma identidade – diz Moacyr.
Em 1988 lançou “Moacyr Luz”, seu disco de estréia que contava com a participação do virtuoso violonista Raphael Rabelo, além do sempre parceiro Blanc. Em 95 lançou “Vitória da ilusão”, no qual participaram as Pastoras da Portela, um quarteto de cordas e um grupo de percussão africana – Moacyr celebrava, assim, 10 anos de parceria com Blanc. “Mandingueiro” foi seu terceiro álbum. Lançado em 98, o disco, que trazia os mestres Nei Lopes e Paulo César Pinheiro, conquistou grandes elogios da crítica. Depois veio “Na Galeria”, em 2001, quando Moacyr interpreta bambas como Cartola, Noel Rosa e Paulinho da Viola, colhendo, mais uma vez, elogios da imprensa. Em seu quinto disco, “Samba da Cidade”, apresenta músicas gravadas com Wilson Moreira, Martinho da Vila, Paulo Cesar Pinheiro, Wilson das Neves, Nei Lopes e Luiz Carlos da Vila.Em 2005, veio “A Sedução Carioca do Poeta Brasileiro”, no qual transforma em música obras de poetas como Ferreira Gullar, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes e Mário de Andrade, acompanhado do excelente sexteto de choro Água de Moringa. Segundo Moacyr, foram 10 anos construindo este CD de samba e choro, que passeia pelo lado lírico da Cidade Maravilhosa. No último disco solo, “Violão e Voz”, ele relê, no formato acústico, algumas de suas canções, somadas a clássicos imortais da música brasileira.
Entre tantas pérolas, “Saudades da Guanabara”, parceria com Paulo César Pinheiro, é certamente uma de suas obras mais representativas, uma autêntica declaração de amor à cidade. Hoje Moacyr atua também como produtor e no currículo já traz os Cds de estréia de Casquinha e Guilherme de Brito, além do “Samba do Trabalhador – Renascença Samba Clube”, fruto de sua consagrada roda “Samba do Trabalhador”, uma ironia ao horário e dia ingratos em que é realizada (das 14 às 20 horas nas segunda-feiras).
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