Era filho de Joana Baptista da Conceição e Mário Benjamin de Oliveira, sendo uma figura fundamental na história cultura brasileira nas décadas de 20, 30 e 40. Paulo da Portela trabalhou como lustrador e participou de pequenas agremiações carnavalescas formadas por operários e funcionários públicos. Começou a frequentar rodas de samba no subúbrio da cidade do Rio de Janeiro no início dos anos 1920. Compositor, Paulo da Portela fundou com Antônio Caetano e Antônio Rufino dos Reis, o Conjunto Oswaldo Cruz, que depois foi renomeado para Quem nos Faz é o Capricho, Vai Como Pode e, finalmente GRES Portela, em referência à Estrada do Portela.
Paulo da Portela foi um dos que mais lutaram para mudar a imagem estereotipada e preconceituosa que se tinha a respeito do sambista, de malandro e vagabundo, para a de artista de respeito. Para isso, ele impôs vestuário próprio para sua agremiação, e defendia que todos os portelenses estivessem devidamente vestidos com as cores da escola no dia do desfile. Foi o primeiro presidente da Portela e sua casa foi a primeira sede da escola, muito embora nesta época a sede não fosse nada além de um lugar para guardar os instrumentos.

Porém, durante as tentativas dos Estados Unidos da América de construir uma "relação de boa-vizinhança" com os seus vizinhos da América do Sul, Paulo da Portela foi escolhido para ser o modelo da criação do personagem Zé Carioca, bem como para representar o samba no exterior. Por conta disso a Portela excursionou pelos Estados Unidos, e acabou sendo apresentada no evento pelo próprio Paulo da Portela.
Após a saída da Portela, ele ainda chegou a liderar a pequena escola Lira do Amor, hoje extinta. Por conta do seu desentendimento com a diretoria da Portela, Paulo compôs "O Meu Nome Já Caiu no Esquecimento" ("chora Portela, minha Portela querida/ Eu te fundei, serás minha toda a vida"). Cartola também fez na ocasião, um samba, "Sala de Recepção" ("Aqui se abraça o inimigo/ como se fosse um irmão").
Depois de sua morte, grupos como o Rosa de Ouro e A Voz do Morro e intérpretes como Paulinho da Viola e Monarco realizaram gravações de suas músicas mais famosas, como "Cocorocó", "Pam-pam-pam-pam", "Guanabara (Cidade-mulher)" e "Quitandeiro". Seu nome é também lembrado em sambas como "Passado de Glória" (Monarco) e "De Paulo da Portela a Paulinho da Viola" (Monarco/ Francisco Santana).
Participativo na política, Paulo daPortela filiou-se ao PTN em 29 de dezembro de 1946, sem nunca no entanto ter sido canddiato a cargo eletivo.
Foi homenageado junto com Natal (figura de presidente lendário da escola) e Clara Nunes pela GRES Portela no ano de 1984, no enredo "Contos de Areia", que deu o 21º campeonato do Carnaval do Rio de Janeiro à escola, sendo que foi campeã do primeiro dia dos desfiles das escolas de samba e a Estação Primeira de Mangueira campeã do segundo dia, indo disputar o supercampeonato no desfile das campeãs, vencido pela verde e rosa, única detentora deste título.
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