Hildmar Diniz, o Monarco, (Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1933), é um cantor e compositor brasileiro Foi discípulo de Paulo da Portela.
Nasceu no bairro de Cavalcante, mas ainda criança foi morar em Nova Iguaçu. Aos 10 anos de idade mudou-se para Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio e bairro de origem da Portela.
Àquela época teve de perto contato com os sambistas da escola,
integrando blocos e compondo sambas ainda pequeno. Também foi nessa
época que surgiu o apelido, Monarco.
Em 1950 foi convidado a integrar a ala de compositores da Portela,
onde mais tarde viria a se tornar líder da velha guarda. Também foi
diretor de harmonia da escola. Nunca chegou a ganhar uma disputa de
samba-enredo (o samba cantado durante o desfile da escola), mas
conseguiu consagrar sambas "de terreiro" ou "sambas de quadra", como são
conhecidos aqueles executados nos ensaios e logo tornados emblemas do
patrimônio cultural coletivo dessas associações. Um deles é "Passado de
Glória", que já foi "esquenta" (samba executado na área de concentração,
pouco antes do desfile) da agremiação em diversos anos. Sua última
disputa de samba-enredo foi em 2007, com seu filho Mauro Diniz e o
presidente da Ala de Compositores da Portela, Júnior Scafura.
Seu primeiro disco solo foi lançado em 1976, com temas como "O
Quitandeiro" (com Paulo da Portela) e "Lenço" (com Francisco Santana).
Em 1995, Monarco tem o CD A Voz do Samba lançado no Japão. No Brasil, foi editado pelo selo Kuarup.
Em 1999 a cantora Marisa Monte convidou Monarco e a Velha Guarda da Portela para o CD Tudo Azul, de sua produção, que contou com participação de Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho.
De outra parte, entre os momentos de desalento vividos pelo grupo,
conta-se aquele do desfile da escola de samba Portela em 2005, quando,
após um atraso da seção de abertura do desfile, ou seja, a do
carro-alegórico chamado Abre-Alas (onde funcionários da agremiação não
conseguiram encaixar as asas da águia símbolo da escola a tempo do
desfile), o último setor e o chamado "carro da agremiação" foram
impedidos de desfilar, pelo receio de se ultrapassar o tempo
regulamentar de desfile, com as consequentes penalizações que isso
implicaria. Naquele setor era onde estavam exatamente os integrantes da
Velha Guarda da Portela, entre eles Monarco, Tia Surica, Casquinha e outros nobres do samba.
Em 2008 foi lançado o documentário Mistério do Samba, dirigido pelos cineastas Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor,
e também produzido por Marisa Monte, que levara dez anos para ser
concluído, e no qual Monarco participa oferecendo relatos de sua
história de vida e seus testemunhos pessoais sobre a história do samba
no Rio de Janeiro. Essa produção foi incluída na seleção oficial do Festival de Cannes.
Em 2010, Monarco gravou seu primeiro DVD - "Monarco: A Memória do
Samba" - no dia 28 de setembro, no Teatro Oi Casa Grande, Rio de
Janeiro. Assim como o documentário "Mistério do Samba", esse projeto se
pretende como um registro para a história da tradição do samba. Desse
DVD participam Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Velha Guarda da Portela e Família Diniz. A direção artística ficou a cargo de seu filho, Mauro Diniz.
Beth Carvalho
também participa do DVD. Apesar de não poder comparecer ao show por
conta da recuperação de um cirurgia na coluna, Monarco e sua banda foram
à sua casa para gravar, com a chamada "madrinha do samba", a canção
"Lenço". A gravação foi exibida durante o show e está presente no DVD.
Esse produto faz parte de um projeto da ONG Oficina do Parque, voltado
para a preservação da obra do bamba portelense, e traz consigo um CD ao
vivo do mesmo show e um encarte impresso intitulado “Memórias de um
Bamba”, com partituras, notas musicais e biográficas, curiosidades e
anedotas vividas por Monarco.
Em maio de 2011, o DVD foi lançado em um show para convidados no
Teatro Rival Petrobrás, no centro do Rio de Janeiro. Lá, a ONG
realizadora do projeto informou que, a princípio, o material (almanaque,
CD e DVD) não estaria à venda, mas seria distribuído às bibliotecas
públicas.
Em 2013, Monarco foi articulador da vitória da chapa Portela Verdade, encabeçada por Serginho Procópio como presidente e Marcos Falcon, o vice, atuando politicamente contra o então ex-presidente da Portela (Nilo Figueiredo), e tornando-se então o presidente de honra da escola.
Em 2015, seu álbum Passado de Glória - Monarco 80 anos foi premiado no 26º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Álbum de Samba. [
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
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