segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Mestre Marçal

Filho de peixe, peixinho é.
Para Nilton Delfino Marçal, o ditado vale dobrado.
Filho de Armando Vieira Marçal, o Marçal, sambista e ritmista pioneiro.
Pai de Marçalzinho, percussionista de sucesso no Brasil e no exterior.
Um dos maiores nomes do samba, não recebeu o “título” de Mestre à toa: Mestre Marçal.
Nascido no Rio de Janeiro em 1930, o menino Nilton conviveu com o samba desde sempre. O pai foi nome de peso. Ao lado de Bide, Marçal fez história e compôs vários sucessos, o maior deles “Agora é cinza”, cantado por Mário Reis.
Aos nove anos de idade, Nilton já tocava tamborim e desfilava no Recreio de Ramos – hoje Imperatriz Leopoldinense. Do tamborim, passou para a cuíca. Aprendeu praticamente todos os instrumentos de percussão. Virou Mestre.
Marçal comandou a bateria da Portela por mais de 20 anos. Deixou a escola em 1985, por causa de desentendimentos internos, e foi seguido por outros grandes nomes da agremiação. Foi mestre na Unidos da Tijuca e também colaborou com a Viradouro.
Como instrumentista, virou presença constante em vários discos de grandes nomes da MPB, como Chico Buarque, Beth Carvalho, Alcione, entre muitos outros. Não se limitou a tocar e mostrou talento com a voz. Gravou oito álbuns individuais, o último em 1993 (“Sambas-Enredo de Todos os Tempos”).
Bem-humorado, malandro e de bem com a vida, Mestre Marçal também se notabilizou por frases engraçadas, como “Trata de ti. Toma banho na sua piscina, mas não esvazia a minha bacia” e “Não quero saber o preço da banha, quero é comer engordurado”.
Em 9 de abril de 1994, o coração do Mestre parou. Sofria de câncer no pulmão. Morreu com 64 anos e deixou dois filhos: Marçalzinho e Milton. Foi enterrado no cemitério Jardim da Saudade, na zona norte do Rio.

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