Carlos Moreira de Castro, conhecido como Carlos Cachaça, (Rio de Janeiro, 3 de agosto de 1902 — Rio de Janeiro, 16 de agosto de 1999) foi um compositor brasileiro e um dos fundadores da GRES Estação Primeira de Mangueira.
Seu pai, funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil, morava no
morro da Mangueira, em uma das casas que a companhia alugava para seus
funcionários e aonde Carlos Cachaça viria a nascer.
Cresceu participando de blocos e cordões, acompanhando o surgimento das
Escolas de Samba. Sua obra musical traduz o seu tempo, uma narrativa
poética do que viveu. Sem fantasias, seus versos e melodias contam um
pouco do que viu e sentiu.
Este mangueirense, apaixonado por Carnaval reuniu várias virtudes. Ao
contrário do que seu apelido sugere, Carlos zelava pela diversão e pelo
trabalho. Quando jovem bebia, mas não sofria alteração, o que lhe
permitia uma total disciplina. Trabalhou na Rede Ferroviária Federal,
até se aposentar. Foram quarenta anos, (de 1925 a 1965), trabalhando
diariamente sem faltar um dia.
Ao lado do grande Cartola,
seu parceiro mais constante, e Saturnino Gonçalves; pai da D. Neuma,
entre outros, fundou, em 1925, o Bloco dos Arengueiros, que mais tarde
deu origem a Estação Primeira de Mangueira.
Carlos Cachaça, esteve em atividades até a morte, aos 97 anos. Foi o
primeiro compositor a inserir elementos históricos nos sambas de enredo,
o que é uma norma até hoje. Em 1923 compôs seu primeiro samba
“Ingratidão” e em 1932 compõe a primeira parceria com Cartola.
Ganhou o apelido de Cachaça para diferenciar de outros "Carlos" da
turma e por causa de sua bebida preferida. Sua última participação ativa
na Mangueira foi em 1948, quando a escola foi a 1ª a colocar som no
desfile, para o samba-enredo ”Vale de São Francisco”.
Em dezembro de 1980 lançou pela Ed. José Olympio, em co-autoria com
Marília T. Barbosa da Silva e Arthur L. Oliveira Filho, o livro “Fala
Mangueira”. Em 1997, ao completar 95 anos, foi homenageado, na quadra
Mangueira por ser o único fundador vivo da Agremiação.
O único disco solo de Cachaça é de 1976 e inclui pérolas como "Quem Me Vê Sorrindo" (com Cartola) e "Juramento Falso".
Carlos Cachaça foi pouco interpretado pelos cantores da era do rádio.
"Não Quero Mais Amar a Ninguém" (com Cartola e Zé da Zilda) é uma
exceção. Foi gravado por Aracy de Almeida em 1937, regravado por Paulinho da Viola em 1973 no LP “Nervos de Aço” (Odeon) e Beth Carvalho em 1992 no LP "Pérolas - 25 anos de samba". Época em que vários dos seus sambas passam a ser "redescobertos".
sábado, 16 de setembro de 2017
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Délcio Carvalho
Filho de músico - seu pai era saxofonista da banda "Lira de Apolo" -, foi cortador de cana na infância. Começou a cantar em conj...

-
O pagode é um estilo diferente de samba. Tem suas origens no Rio de Janeiro entre o final da década de 1970 e início da década de 1980, a ...
-
Os Originais do Samba é um grupo brasileiro de samba formado na década de 1960 no Rio de Janeiro por ritmistas de escolas de samba.O grupo c...
-
Demônios da Garoa é um grupo musical brasileiro, grande intérprete de Adoniran Barbosa, com mais de 60 anos de existência. Surgiu na déca...
Nenhum comentário:
Postar um comentário