domingo, 24 de setembro de 2017

Sinhô

José Barbosa da Silva, mais conhecido como Sinhô (Rio de Janeiro, 8 de setembro de 1888 — Rio de Janeiro, 4 de agosto de 1930) foi um instrumentista e compositor e brasileiro.

É considerado um dos mais talentosos compositores de samba, para muitos o maior da da primeira fase do samba carioca.Filho de um pintor, admirador dos grandes chorões da época, foi estimulado pela família a estudar flauta, piano e violão.

Casou-se cedo, aos 17 anos, com a portuguesa Henriqueta Ferreira, tendo que labutar para sustentar os três filhos. Por volta de 1911, tornou-se pianista profissional, animando os bailes de agremiações dançantes, como o Dragão Club Universal e o Grupo Dançante Carnavalesco Tome a Bença da Vovó. Não perdia nenhuma roda de samba na casa da baiana Tia Ciata, onde encontrava os também sambistas Germano Lopes da Silva, João da Mata, Hilário Jovino Ferreira e Donga.

Ficou surpreso quando Donga, em 1917, registrou como sendo dele (em parceria com Mauro de Almeida) o samba carnavalesco Pelo telefone, que na casa da Tia Ciata todos cantavam com o nome de O roceiro. A canção, que até hoje é motivo de discussões, gerou uma das maiores polêmicas da história da música brasileira, com vários compositores, entre eles Sinhô, reivindicando sua autoria. Para alimentar a polêmica, compôs, em 1918, Quem são eles, numa clara provocação aos parceiros de Pelo telefone. Acabou levando o troco. Exclusivamente para ele, foram compostas Fica calmo que aparece, de Donga, Não és tão falado assim, de Hilário Jovino Ferreira, e Já te digo, de Pixinguinha e seu irmão China, que traçaram-lhe um perfil nada elegante: (“Ele é alto e feio/ e desdentado/ ele fala do mundo inteiro/ e já está avacalhado...”). Pagou a ambos com a marchinha O pé de anjo, primeira composição gravada com a denominação marcha.

O gosto pela sátira lhe trouxe alguns problemas mais sérios, quando compôs Fala Baixo, em 1921, um brincadeira com o presidente Artur Bernardes.
 Teve de fugir para casa de sua mãe para não ser preso. Cultivou a fama de farrista, promovendo grandes festas em bordéis, o que não o impediu de ganhar o nobre título de “O Rei do Samba” durante a Noite Luso-Brasileira, realizada no Teatro República, em 1927.

Durante 1928, ministrou aulas de violão a Mário Reis, que se tornaria o seu intérprete preferido e que lançaria dois dos seus maiores sucessos: Jura e Gosto que me enrosco. Compôs o último samba, O homem da injeção, em julho de 1930, um mês antes de sua morte, no entanto a letra e a melodia deste samba desapareceram misteriosamente, não chegando ao conhecimento do público.

Morreu em decorrência da tuberculose, a bordo da barca Terceira, durante uma viagem entre o centro do Rio e a Ilha do Governador, onde morava. Seu velório e funeral foram descritos com tintas literárias por Manuel Bandeira.
Foi sepultado no Cemitério do Caju.Em 1952, sob a direção de Lulu de Barros, a atriz Cármen Santos produziu o filme O Rei do Samba, sobre a trajetória de vida de Sinhô.

Em 5 de dezembro de 2010 foi ao ar, pela TV Brasil, o programa De Lá pra Cá, com apresentação Ancelmo Gois e Vera Barroso, onde se focou a história de Sinhô que, neste ano, completava 80 anos de falecimento. O programa, que teve a participação dos cantores Zeca Pagodinho, Teresa Cristina, Marcos Sacramento, Clara Sandroni e Luiz Henrique, contou também com a entrevista do pesquisador André Gardel.

Em 2011, para comemorar os 100 anos do surgimento de Sinhô no cenário artístico como músico, em 1911, e 80 anos de saudade do grande mestre, o cantor Luiz Henrique, o showman Bob Lester e a cantora de rádio Marion Duarte homenagearam Sinhô com o show Tributo ao Rei do Samba Sinhô, que foi apresentado em points da cidade do Rio de Janeiro, como o Salão Vip do Amarelinho da Cinelândia, o Teatro do SESC de Madureira, e a Gafieira Estudantina da praça Tiradentes. No espetáculo, os cantores interpretaram grandes sucessos do Rei do Samba, como Jura, Gosto que me Enrosco, O Pé de Anjo, Sabiá e Sonho de Gaúcho, entre outros. O show também foi ilustrado com canções de compositores contemporâneos de Sinhô, como Pixinguinha e Noel Rosa.

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